Eco turismo

Com a crescente demanda pelo segmento do eco turismo ou "turismo ecológico" e à total ausência de consenso sobre sua conceituação, viu-se necessário o desenvolvimento de critérios, regulamentações e incentivos para orientar empresários, investidores e o próprio governo, no estímulo e no uso do potencial das belezas naturais e valores culturais disponíveis, ao mesmo tempo promovendo sua conservação.

Em agosto de 1994, em Goiás Velho (GO), um grupo de trabalho interministerial MMA-MICT, integrado pelos setores público e privado, reuniu se com o objetivo de desenvolver e propor as Diretrizes para a Política do Programa Nacional de Eco turismo.

O eco turismo, a partir de então ficou definido como:

 "segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável,o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e

busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das

populações envolvidas".

O turismo assumiu nos últimos anos o papel de maior atividade civil do mundo em termos de geração de renda e emprego. De acordo com dados do conselho Mundial de Viajens e Turismo (WTTC- World Travel & T Concil), que organiza estatísticas de turismo no mundo inteiro, em 2008 o setor foi responsável por cerca de 12,5% do PIB mundial.

O turismo é hoje considerado a maior atividade econômica do planeta e o eco turismo é o segmento dessa atividade que mais cresce, cerca de 20% ao ano, contra 7.5% do turismo tradicional. Estima-se, também segundo a OMT, que o setor seja responsável por 192,2 milhões de empregos diretos, número que deverá crescer para 251,9 milhões até 2011.

A nova ordem econômica mundial sinaliza para a conciliação da utilização racional dos recursos ambientais abrindo novos espaços para um campo de atividade que se torna cada dia mais importante dentro do enfoque de desenvolvimento sustentável: o turismo ecológico, ou mais popularmente chamado, eco turismo.

Nossa cidade possui um potencial turístico muito promissor e ainda pouco explorado. As fontes geradoras de renda na região se resumem na monocultura do café, e atualmente na exploração de pedras quartizito sem muito critério o que já  esta provocando um impacto ambiental negativo. As diversas nascentes de água responsáveis pelo abastecimento dos córregos, com o uso intenso de explosivos como a dinamite, estão sendo assoreadas pelo esmigalhamento das rochas e já se nota a diminuição do curso das águas.

Infelizmente se nada for feito com extrema urgência para reverter esse processo, um pequeno paraíso ainda desconhecido, pela grande maioria das pessoas que buscam locais aprazíveis para seus momentos de lazer, será destruído mesmo antes de ser conhecido.

A região já passou por grandes transformações ambientais e sociais altamente impactantes. A criação do reservatório da Usina Hidrelétrica de Furnas em 1963, represando as águas dos rios Grande e Sapucay, fez com que milhares de hectares de terras férteis, belas cachoeiras, nascentes de água límpida do municipio fossem inundadas. A própria cidade teve 2/3 de sua área também inundada e ficou praticamente ilhada com somente uma ligação com os outros municípios por terra.

Somente agora, 46anos após a inundação o município conta com a população semelhante a que tinha em 1957 quando foi anunciado a construção da barragem.

Por todos esses motivos, pelo potencial turístico que a região apresenta, e principalmente para reverter o processo de destruição da natureza através da exploração  inadequada de pedras quartizito,(hoje em dia muito utilizada  como revestimento na construção civil ) é de suma importância,  criar mecanismos e possibilidades para que o turismo ecológico se desenvolva na região gerando renda, emprego e concientizando a  população em preservar e proteger os atrativos da cidade geradores de renda.

Administrar um empreendimento hoteleiro voltado para o turismo ecológico nesta região é uma forma de contribuir para a reversão deste processo  de degradação ambiental e de possibilitar um desenvolvimento sustentável para o município já tão sacrificado em prol da geração de energia hidrelétrica para o pais.

                                                                       Gastão Coutinho de Barros Junior/Especialista em desenvolvimento urbano.